quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Setor elétrico se reúne nesta 4ª para discutir baixo nível de reservatórios

Comitê de Monitoramento do setor faz sua primeira reunião do ano.
Nível nas represas é o mais baixo dos últimos dez anos.

Fábio Amato Do G1, em Brasília

A cúpula do setor elétrico do governo federal faz nesta quarta-feira (9) sua primeira reunião de 2013 em meio ao aumento da preocupação quanto à possibilidade de um novo racionamento de energia no país, provocado pela queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas – o mais baixo dos últimos dez anos.

Nos últimos dias, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o secretário-executivo do ministério, Márcio Zimmermann, negaram o risco de um novo apagão como o de 2001. Mas confirmam que a situação das represas será um dos temas a ser debatido durante o encontro do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), marcado para as 14h30, em Brasília.
Reservatórios
O índice de represamento de água nas principais hidrelétricas do país vem registrando quedas seguidas desde o ano passado, por conta da falta de chuva na cabeceira dos rios que abastecem esses lagos.
  Evolução da capacidade instalada para produção de energia (MW) Evolução do consumo de energia (GWh)
2002 80.315 293.226
2003 85.857 306.987
2004 90.679 329.707
2005 92.865 344.284
2006 96.295 356.129
2007 100.352 377.030
2008 102.949 388.472
2009 106.569 384.306
2010 113.327 417.683
2011 117.135 433.034
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
Com a chegada do verão e o aumento das chuvas, o normal nessa época do ano seria uma recuperação desses reservatórios, o que ainda não aconteceu. O resultado é que o nível de água das hidrelétricas é hoje semelhante ao registrado no período pré-racionamento.
Segundo relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste armazenavam, na segunda-feira (7), 28,43% da água que têm capacidade, índice inferior aos 28,52% verificado em dezembro de 2000, pouco antes de o governo federal dar início ao racionamento de energia, em junho de 2001.
Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste respondem por 70% da capacidade de produção de energia hidrelétrica no país.
Termelétricas
A diferença entre a época do racionamento e agora é que o país conta com mais que o dobro de usinas térmicas para sustentar o consumo de energia. Elas são normalmente acionadas durante a estiagem para poupar água dos reservatórios e ajudá-los a encher novamente.
Desde outubro, as usinas termelétricas do país produzem na capacidade máxima – cerca de 14 mil MW. E, como está chovendo menos que o necessário, elas devem ser despachadas por um período mais longo que em anos anteriores.
O problema é que a energia das térmicas é mais cara e gera aumento da conta de luz. Segundo o ONS, cada mês de operação dessas unidades custa cerca de R$ 700 milhões, que são repassados aos consumidores, e equivalem a uma alta de 1 ponto percentual na tarifa.

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